“Oh meu ardente Algarve impressionista e mole. Meu lindo preguiçoso adormecido ao
sol. Meu louco sonhador a respirar quimeras, ouvindo, no azul, o canto das esferas…”.
Mesmo que esse poema publicado em 1905 por João Lúcio não citasse o Algarve,
bastaria destacar algumas palavras para saber que era desse paraíso no Sul de
Portugal continental que o poeta se referia.

Ardente, lindo, sol, azul…. Nada é mais Algarve que isso. E no verão, nada na Europa se compara à região. A proximidade com o norte da África faz do Algarve um lugar privilegiado em termos de temperatura, propiciando um clima agradável em sua extensa costa de areia fina e mar navegável. Não bastasse o turismo de belezas naturais, onde se inclui verdes campos e lindas serras, o Algarve possui um vasto patrimônio histórico e cultural que começou a fazer parte do Reino de Portugal em 1292, ano que a região foi a última a ser conquistada frente aos Mouros. O próprio nome é de origem Muçulmana, vindo do termo “al-Gharb al-Ândalus”, designado ao que temos hoje como o atual Algarve e baixo Alentejo, e que tinha como significado “Andaluz Ocidental”.
Algarve é sinônimo de praia, serra, história e, também, bons negócios! Desde 2014, a
economia da região vem crescendo em ritmo acelerado, acima da média nacional e,
como seria esperado, o turismo é o carro-chefe desta retomada. Segundo dados do
INE (Instituto Nacional de Estatística), a participação do setor no PIB (Produto Interno
Bruto) nacional já atinge 13,7% (dados informados ao final do ano passado), e a
contribuição do Algarve nisso é de quase 50%. Praticamente 10% das pessoas
empregadas em Portugal estão envolvidas com o turismo, gerando mais de 400 mil
postos de trabalho.
A estrutura econômica algarvia baseia-se em seis pilares associados aos recursos
naturais da região: Turismo (bares e restaurantes se encaixam aí), Saúde, Hotelaria,
Atividades Criativas, Agro-alimentares, Marítimas e TIC (Tecnologia de informação e
Comunicação). Sua estrutura empresarial é assentada quase que exclusivamente
sobre pequenas empresas (à exceção da Hotelaria), com grande parte delas
dedicadas ao comércio, reparação de veículos, restaurantes e alojamento.
A pungência do turismo do Algarve reflete diretamente em vários outros negócios da
região, que, em cadeia, são impactados por essa dinâmica. Muitas pessoas que
pretendem morar e investir no Algarve têm a mesma preocupação: como funciona o
Distrito fora do verão? A pergunta é justa e a resposta animadora. Só tem melhorado!
É fato que os frequentes dias ensolarados, o calor, o mar limpo e de temperatura
agradável sempre comandarão o interesse na região, mas atrações como os mais de
40 campos de golfe existentes já são destaques internacionais.
O mercado imobiliário é outro realce do Algarve e está entre os mais rentáveis e
acessíveis da Europa, atraindo muitos brasileiros. É válido observar que, apesar de
sua pequena dimensão, o Algarve apresenta grandes disparidades de preços, por
isso, ter a orientação de um profissional do setor nesta busca é sempre importante.
Outro campo que registra crescimento e reconhecimento a nível nacional, algo de
muita importância neste caso, é o de vinhos, que gera produtos suaves e frutados de
ótima qualidade.
O crescimento do inovador “turismo de natureza”, com rotas permanentes o ano todo
para ciclismo (de estrada e Mountain Bike), “walking” e “birdwatching” também tem se
solidificado, além do chamado “turismo de saúde” com foco na terceira idade, que
promove centenas de excursões ao longo do ano. Na área esportiva, fora os já citados, pode-se incluir o paraquedismo (destaque para os saltos duplos em Portimão) e os desportos motorizados, com a relevância do Autódromo Internacional do Algarve, reconhecido por Lewis Hamilton e Emerson Fittipaldi como um dos melhores e mais modernos do mundo e que promove uma série de eventos.
A Educação da população ativa do Algarve, setor que afeta diretamente a qualidade
da mão de obra, também tem registrado bons números nos últimos anos, com o peso
relativo da população com ensino superior melhorado face às outras regiões de Portugal. Quem contribui bem para esse crescimento é a Universidade do Algarve, que mostra sintonia com o tecido empresarial e foca seus interesses às estratégias de desenvolvimento do Distrito. Saber identificar suas qualidades e limitações é a base para um crescimento sustentável e, nessa parte, o Algarve tem feito seu dever de casa. Não é “achismo”, é trabalho, e isso não falta à região, mesmo quando o chamariz é o descanso.
